Enredo de 2024 da Tricolor de Caxias se desdobra em
exposição e palestra na Semana de Inovação.
O
trabalho desenvolvido no barracão do GRES Acadêmicos do Grande Rio para o
Carnaval de 2024 foi tema de uma mesa-redonda da atual edição da Rio Innovation
Week, Semana de Inovação que reuniu palestrantes do mundo inteiro. Trata-se de
um primeiro desdobramento da exposição “Antropocruzo”, originalmente
apresentada pelo curso de Design da PUC-Rio na Saphira & Ventura Gallery,
na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Tal exposição é produto dos saberes
trocados durante as Oficinas de Carnaval da Grande Rio, um projeto
interinstitucional e transdisciplinar iniciado no verão de 2020, durante a
produção do desfile “Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias”.
Além
da adaptação de parte da exposição para os espaços da Innovation Week, que
ocorreu no Píer Mauá, foi elaborada uma mesa-redonda, intitulada “Antropocruzo:
Pesquisa, Design e Carnaval”. Formaram a mesa o carnavalesco Leonardo Bora (que
também é professor do Departamento de Ciência da Literatura da Faculdade de
Letras da UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em História da Arte da UERJ); os
professores Luiza Novaes (PUC-Rio), Nilton Gamba (PUC-Rio), Desirée Bastos
(EBA-UFRJ) e Flávio Sabrá (IFRJ – campus Belford Roxo); e a estudante de
Mestrado Kallie Dias (PUC-Rio). Segundo os palestrantes, o objetivo da mesa foi
discutir os passos da exposição, que documenta as repercussões e traduções
carnavalescas do Manto Tupinambá, artefato e entidade sagrados para os povos
originários brasileiros, como explica Bora:
“A documentação apresentada em
‘Antropocruzo’ se deu a partir da perspectiva de um método de memória e difusão
chamado ‘Design de Histórias’. Em 2024, eu e Gabriel Haddad propusemos o enredo
‘Nosso Destino é ser Onça’, guiado pela narrativa mítica do livro ‘Meu Destino
é ser Onça’, do escritor Alberto Mussa. O enredo propôs uma reflexão espiralar
sobre as presenças e simbologias da onça no nosso imaginário e na cena artístico-cultural
brasileira, abordando temas como antropofagia e encantamento. Nesse processo,
as Oficinas de Carnaval desenvolveram, no barracão da Grande Rio, uma releitura
do Manto Tupinambá, que está profundamente ligado às simbologias da onça. Nesse
trabalho, fundamental foi a parceria e o diálogo com a artista Célia Tupinambá,
que reverbera os saberes ancestrais de confecção de mantos. É um trabalho em
processo, portanto, muito rico, que envolve centenas de pessoas – apenas uma
pequena parte da gigantesca produção narrativa e espetacular de um desfile
sambista, que é algo muito complexo.” – conclui o carnavalesco.
“Acabamos de voltar de uma temporada em
Nova York e agora a exposição foi convidada para estar no Rio Innovation Week,
fazendo também uma mesa de abertura, destacando os elementos inovação
educacional, social e tecnológica. Para nós é muito importante estarmos de
volta ao Rio de Janeiro com esse material para alcançarmos outros públicos,
conquistarmos outro tipo de audiência, para que o conteúdo também seja
circulado em território nacional”, diz Nilton Gamba Jr, diretor do
departamento de Artes e Design da PUC-Rio.
A
edição de 2024 da Rio Innovation Week ocorreu no Píer Mauá, entre os dias 13 a
16 de agosto.
Por:
Redação.
Fonte:
Dani.