Caixa Ninho traz para o palco um mundo feito de 720 caixas de papelão onde a imaginação das crianças voa longe

 

Foto: Alexandre Brum.

Espetáculo do Eranos Círculo de Arte, de Itajaí, será apresentado no Sesc das cidades de Nova Iguaçu (18/8), São João de Meriti (22/8), São Gonçalo (24/8) e Barra Mansa (25/8).

 

Depois de passar por festivais e diversos teatros brasileiros, o espetáculo Caixa Ninho, que estreou na cidade maravilhosa em 2022, fará um giro pelas unidades do Sesc RJ em Nova Iguaçu (18/8), São João de Meriti (22/8), São Gonçalo (24/8) e Barra Mansa (25/8). Em um formato bastante atraente para as crianças da primeira infância, de até 6 anos de idade, 720 caixas de papelão fazem parte do cenário, por onde a magia acontece.

Com elas, é possível brincar com os pequenos dando formas diferentes, além de ser uma oportunidade única de entrar no mundo lúdico da criança, estimulando a imaginação e a criatividade. E foi pesquisando mais a fundo, este objeto de desejo infantil, que o coletivo Eranos Círculo de Arte, Companhia de Itajaí – Santa Catarina, chegou ao formato da peça - já assistida por cerca de 2400 pessoas, em 60 apresentações.

Para o diretor Leandro Maman, é uma grande responsabilidade, e também sempre extremamente gratificante levar o espetáculo em cidades do interior, principalmente para as crianças da primeira infância, que muitas vezes estão participando pela primeira vez de uma experiência teatral. “Somos testemunha do profundo envolvimento com a obra, desde as crianças mais novinhas”, diz.

Ao longo da trajetória, o Eranos Círculo de Arte, de 2009, coleciona prêmios, participações em festivais e circulação em todo o país. É ganhador de 6 prêmios CBTIJ (Centro Brasileiro de Teatro para Infância e Juventude): melhor espetáculo para a primeira infância, direção, formas animadas, adereços, direção de produção e programação visual.

E conta com a participação no mais importante festival do Brasil destinado à primeira infância, o Festival Primeiro Olhar.

Com expertise de trabalhos para este público, o grupo apresenta o conceito de protagonismo infantil: “onde as crianças estão no centro de todo o processo de criação das obras, até a participação efetiva durante as apresentações – os pequenos podem se relacionar de forma espontânea e sentir-se parte integrante do espetáculo (eles podem falar, atuar, ajudar a atriz na condução do roteiro, além de abrir a construção de um diálogo) –, o que os torna parte do espaço estético e criativo da peça. E com Caixa Ninho, o grupo continua a se aprofundar nesta esfera”, explica a autora, atriz e pesquisadora Sandra Coelho.

Leandro Maman além de diretor, integra o elenco da circulação em companhia da atriz e pesquisadora de arte para a primeira infância Jéssica Fritzen. O palco é compartilhado também com a musicista Hedra Rockenbach, autora da ambientação sonora realizada ao vivo.

Foto: Alexandre Brum.

Para aproximar-se deste universo de 1 a 6 anos de idade, o Eranos apostou na vivência das relações que vem desenvolvendo em pesquisa prática, realizando oficinas com crianças de escolas públicas de Itajaí (SC) através de propostas lúdicas, jogos e, principalmente, a observação de suas relações com o espaço e os brinquedos não estruturados, norteando a pesquisa para a construção dramatúrgica.

A sinopse dá a dimensão do que as crianças podem esperar do espetáculo: Caixa Ninho é um acontecimento teatral para a primeira infância, onde as crianças são convidadas a entrar num universo de caixas de papelão - um cenário intimista, lúdico e modular - um espaço compartilhado de relação e construção em que tudo é possível. Neste mundo de caixas, crianças e adultos encontram um ninho e presenciam os primeiros voos de uma caixa passarinho.

O elenco fica junto às caixas e estabelece este vínculo de construção e acolhimento. “A relação que as crianças estabelecem com as caixas – compreendidas aqui como brinquedos não estruturados, ou seja, não possuem uma funcionalidade específica -, foi o ponto de partida para a criação da peça” - completa Sandra Coelho.

O cenário da peça é composto por um grande número de caixas de papelão, em uma ideia de construção cenográfica fluída, onde a criança que participa do espetáculo possa interagir fisicamente, tornando-se também protagonista na relação e composição do espaço cênico e do jogo dramatúrgico, com mediação e condução do elenco.

O uso de linguagem audiovisual e performática em artes cênicas é um dos diferenciais do trabalho do Eranos Círculo de Arte. Em “O Barquinho Amarelo” (2019), as imagens propostas convidam a criança para uma experiência de contemplação, imersão visual e sonora.

Já em “#Mergulho - experiência teatral para crianças” (2014), elas têm voz ativa durante toda condução do espetáculo, e sentam junto ao cenário participando da narrativa. Em “Pô!Ema” (2014), as crianças constroem poemas junto com a atriz e, ao vivo, alimentam uma ema e seus filhotes (bonecos de luz projetados em anteparo). Em Caixa Ninho, a proposta é a de continuar esta pesquisa, através da formação de uma narrativa que possibilite a relação entre criança e espaço cênico – com a construção de um espaço lúdico e modular, formado por caixas de papelão, em constante relação com elenco e o público. Este espaço cênico nos remete a um local com características de instalação, o que reforça a ideia de um teatro visual.

 

Foto: Eranos Círculo de Arte.

Serviço:

 

Caixa Ninho – Eranos Círculo de Arte.

Sesc Nova Iguaçu (18/8) - Rua Dom Adriano Hipólito, 10 – Moquetá.

Sesc São João de Meriti (22/8) - Av. Automóvel Clube, 66 – Centro.

Sesc São Gonçalo (24/8) – Av. Pres. Kennedy, 755 - Estrela do Norte.

Sesc Barra Mansa (25/8) - Av. Tenente José Eduardo, 560 - Vila Nova.

Horário: 16h, exceto Sesc Barra Mansa que será às 15h.

Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia entrada), grátis (credencial plena, PCG e estudantes até 16 anos).

Classificação indicativa: Livre.

Gênero: Infantil (primeira infância - 1 a 6 anos).

Duração: 40min.

 

Por: Redação.

Fonte: Cláudia Tisato.