No terceiro álbum da carreira, ela relê de forma
ousada e contemporânea a obra do cantor e compositor Orlando Morais.
Lançamento é acompanhado por mini documentário.
O
presente de aniversário pelos 60 anos do pai se tornou um presente também para
os amantes da música moderna, ousada, com atitude. “Ímpar 60”, novo álbum de
Antonia Morais, só com canções de Orlando Morais está disponível com 11 faixas
charmosas e intensas. O disco com lançamento da Altafonte tem produção da
própria Antonia em parceria com Artur Kunz e é acompanhado por um mini
documentário sobre o processo criativo.
“É um disco para se afundar e só voltar
a respirar quando ele acaba. As músicas do meu pai têm um nível de intensidade
tanto nas letras quanto nas melodias muito forte”, opina a
cantora. Para ela, “Ímpar 60” é recheado de instinto, necessidade e intuição. “Eu entendi que desde pequena sempre me
imaginava cantando essas músicas, em algum momento da minha vida”, lembra.
E
a intimidade da artista com o repertório é mesmo notória. Antonia desfila
calmaria e força nas interpretações na proporção ideal. O disco traz a
participação de Orlando na faixa “Tempo bom” e na vinheta de “Cruzando Raios”,
mesma canção que pai e filha cantaram juntos quando ela tinha 7 anos. “Tempo
Bom” era a música que mais ecoava na cabeça de Antonia enquanto Orlando esteve
internado em março do ano passado, por COVID 19.
“Achei que ele fosse morrer e não queria
que ele morresse antes de escutar”, recorda. “Quando vi que estava no processo do disco e meu pai passando por
aquilo tudo, tive medo de ser um pressentimento e esse álbum ser uma despedida.
Ele estava num estado bem crítico e passei a enxergar este álbum como uma
missão. Felizmente, graças a Deus, estamos comemorando a vida dele”.
Talvez,
por toda história e conexão envolvidas entre a cantora e o compositor, cada
verso cantado por Antonia impacta os ouvidos. “É muito emocionante ver uma filha, pegar sua obra e ler ela de uma
maneira completamente diferente. Neste disco Antonia entrou, capinou, arou e
colheu. E suas flores sempre têm espinhos, que é uma coisa que amo”,
destaca Orlando. Segundo ele, “Ímpar 60” se tornou um álbum de novas composições
das suas composições. “O artista, ele
cria, está conectado com seu tempo, sua realidade e suas emoções”, resume.
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Ágata Cunha.