Atualmente, muitas pessoas, inclusive famosos relataram sofrer com crises de pânico. Os sintomas sofridos com esses episódios são intensos. Dentre eles, sintomas físicos, como taquicardia, o que gera falta de ar, incômodo intestinal, vertigem, tonturas, dores no corpo, mas tudo isso com origem totalmente psicológica. Mas o pior, é a manifestação eminente de morte, no qual a pessoa fica em constante alerta e acha que vai morrer, como consequência disso, quem sofre com as crises tem o sentimento que irá “ficar louca”. Inclusive, no ano de 2021, houve um aumento de, aproximadamente, 60% da doença nos EUA em detrimento do medo que a pandemia trouxe.
Alexander Bez, psicólogo especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), diz:
“Quando falamos em síndrome do pânico, é importante entender uma coisa, ela é uma patologia 100% emocional. A psicologia americana já comprovou que, ao contrário do que muitas pessoas acham, a síndrome do pânico ela não tem nenhuma ligação morfológica, neuropsiquiátrica ou neuropsicológica ou neurológica. Ela é a manifestação mais exacerbada do transtorno de ansiedade, considerada uma releitura da histeria nos tempos de Freud.”
Muitos estudos já comprovam que o uso de drogas por portadores de pânico (lícita ou ilícita), como por exemplo, cigarro, álcool e até o próprio chocolate pode ser muito prejudicial para a síndrome do pânico, pois essas substâncias geram ansiedade.
Segundo Bez, a síndrome do pânico tem cura, o que não tem cura é o transtorno de ansiedade. Hoje, o protocolo americano de síndrome do pânico já não envolve só a psicoterapia, já que ela sozinha cobre de 50 a 60% da necessidade. O tratamento completo também envolve administração de ansiolítico, ou seja, é necessário orientação psicanalítica e medicamentosa para combater a doença.
“Não dá para tratar uma síndrome em pânico severa sem medicamento, porque ela é uma doença gradativa e progressiva, a ansiedade precisa ser contida pela medicamentação. Então, na minha visão como profissional especializado no assunto, as pessoas que sofrem com a síndrome devem buscar um tratamento completo orientado por um psicanalista e um psiquiatra.” – alerta o psicólogo.
Alexander reforça que a síndrome pânico não mata. Entretanto, se uma pessoa tiver uma pré-condição cardiológica existente, ela é uma candidata séria a poder passar por situações mais complicadas, como por exemplo, um infarto em detrimento da crise, que leva a vítima a um estado de preocupação e tensão extrema, elevando a pressão arterial e os batimentos cardíacos da mesma.
“É de suma importância que o indivíduo tente identificar o que desencadeia suas crises. Na maioria das vezes são coisas que remetam ou que o relembre de seus traumas. Saber disso ajuda a evitar esses episódios, tendo consciência do seu limite ao realizar certas atividades, por exemplo. Lembrando que o consciente é um aparelho regido pelo inconsciente, quem rege a nossa personalidade, nos faz sentir coisas é o inconsciente, mesmo tendo noção do que está acontecendo, ele sempre sabe antes e a síndrome do pânico é um sintoma de alteração, de divergência, por isso é um conflito, ela nada mais é do que a representação histérica um conflito que está sedo vivido.” – complementa Alexander.
O psicólogo também fala que atividades socioculturais, musculação com aeróbica funcionam muito como uma terapia ocupacional, que complementa ainda mais o tratamento. Uma vez que a ansiedade é uma coisa que sempre vai precisar de tratamento e atenção, o cuidado da saúde mental é constante.
Por: Assessoria
Foto: Divulgação (arquivo pessoal)