Através da
campanha “Sated alimenta a arte” muitos artistas não passaram fome.
Desde
março de 2020, quando o mundo parou em virtude do anúncio da pandemia do
coronavírus, começamos a observar um agravamento no processo de gerar a ordem
nos campos social, econômico, alimentar e demais setores. No Brasil, não foi
diferente. Aqui, a fome aumentou mais ainda. No total são 116,8 milhões de
pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar no país, número
equivalente a duas vezes a população da Argentina.
Segundo
dados pesquisados pela Rede PENSSAN, o percentual de lares em insegurança alimentar
grave (fome) nas regiões brasileiras beira a ordem de 18,01% no Norte; 13,8%,
no Nordeste; 6,9% no Centro-Oeste; e 6% no Sul e no Sudeste; além disso, 11,1%
dos lares chefiados por mulheres enfrentam a fome. Os dados são do Inquérito
Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no
Brasil.
Com
isso, houve, consideravelmente, um aumento dos índices de desemprego, atingindo
a marca de 14,1 milhões de pessoas desempregadas, de acordo com a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), feita pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em dezembro de 2020. De
lá pra cá, este quantitativo se modificou, pois estes flagelos continuam a
assombrar a sociedade, principalmente, os mais necessitados, é a alta nos
preços dos alimentos.
Como
consequência ações sociais cresceram e ganharam fôlego, na tentativa de
minimizar o impacto negativo criado pelo coronavírus. Instituições como a
Legião da Boa Vontade, a Ação da Cidadania, o Sindicato dos Artistas e Técnicos
em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro, uniram-se para ajudar
aos mais necessitados. Dessa forma, a busca de parceiros que pudessem doar
alimento, amor e carinho, tornou-se de suma importância, como foi o caso do
Shopping Boulevard, em Vila Isabel, que na comemoração dos seus 25 anos de
fundação propôs arrecadar alimentos não perecíveis para ajudar famílias e
instituições.
Para
o produtor cultural e ator Henrique Sathler, idealizador da campanha “Sated-RJ
alimenta a arte” – “Na verdade, essa
ajuda já havia começado logo assim que a pandemia se iniciou, e naquela parte
mais crítica, que ninguém saia na rua”. E observa a importância da adesão
da LBV quando o assunto era juntar forças para alimentar os artistas – “Entrei em contato e a LBV veio e começou a
nos ajudar, foi uma ajuda muito importante. Com isso a gente conseguiu atingir
mais associados, a campanha teve mais visibilidade e alguns associados também
depositavam através do pix, outros iam lá e compravam mais máscaras, compravam
5, 6 e assim, a campanha foi tomando corpo e começamos a ajudar as pessoas, os
associados”.
Sathler
ressalta a importância da parceria de instituições, principalmente num processo
de grave crise financeira e eucarística, quando os teatros tiveram que fechar
as suas portas e a cultura parou de atuar. “A
parceria da LBV foi extremamente importante, então essa campanha vem ajudando
não só artistas associados, mas também o artista que não é sindicalizado, por
que a prioridade é alimentá-los com alimentos não perecíveis, com carinho e
atenção também, de distribuir para as pessoas, pois o artista requer atenção”.
Sathler também ressalta a importância de gestores institucionais, como o ator
Hugo Gross, que no momento preside o Sated-RJ. “A gestão do Hugo Gross, presidente, foi muito importante nesse
momento, pra campanha Sated alimenta a arte”.
Por:
Clilton Paz.
Fotos:
Clilton Paz.