Agência Redes Para a Juventude ganha sede própria e
agora é comandada por duas mulheres.
A
Agência Redes Para Juventude apoia, há 10 anos, jovens de favelas e periferias
do Rio a se desenvolverem e criarem ações nos seus territórios. Mais de cinco
mil jovens já passaram pela metodologia da Agência, na última década e foram
multiplicadores dessas ideias. Agora, com sede própria na Glória (fruto de
parceria com o Instituto Unibanco), ela, no momento, é coordenada por duas
mulheres: Veruska Delfino e Valquíria Oliveira, que substituem Marcus Vinícius
Faustini, atual secretário municipal da Cultura. Veruska e Valquíria já
trabalhavam na agência e vêm acompanhando seu crescimento e maior atuação, ao
longo dos anos.
Veruska
Delfino, 33 anos, é atriz, educadora popular e produtora cultural. Coordena o
Projeto Agência de Redes para Juventude e faz parte da gestão da Av. Brasil -
Instituto de Criatividade Social. É produtora do Grupo Cultural Vozes da África
e conselheira no Conselho Municipal da Cidade. Veruska é ativista e ativadora
de redes e ações no circuito cultural e social periférico da cidade do Rio de
Janeiro. Veio do Maranhão para o Rio aos 10 anos para morar com a avó, uma
empregada doméstica.
Valquiria
Oliveira, 40 anos, é atriz, produtora cultural, gestora de projetos e escritora
formada pela Escola Estadual de Teatro Martins Penna e graduada pela CAL - Casa
de Artes de Laranjeiras, além de capacitada em Gestão Ágil de Projetos pela
metodologia Alemã Umanitar. Mineira, é filha da Dona Graça e do Seu Divino, uma
professora primária e um pedreiro semianalfabeto, respectivamente. Veio para o
Rio aos 17 anos com um grupo de teatro que se apresentava em hospitais e
asilos.
Elas sempre trabalharam na Agência. A diferença é que agora podem imprimir sua marca pessoal no projeto. Entre as pautas das formações, a cultura de periferia ainda é o centro, mas somada também a ajuda humanitária e retomada dos estudos, duas urgências colocadas em função do contexto pandêmico.
“No espaço da nova sede está prevista a
criação de um curso pré-vestibular e atividades culturais regulares que serão
pensadas por um conselho de juventude. Isso sem falar nas ações. Em setembro,
duas criadas pelos jovens, nesse contexto, seguiram para as ruas: ‘Do Beco’, na
Pavuna, e ‘Contra-Ataque’, no Jacarezinho. Em março foram outras seis”, explica
Valquíria Oliveira.
Em
2012, a metodologia da Agência de Redes para Juventude foi premiada e escolhida
pela Fundação Calouste Gulbenkian para ser implantada na Inglaterra, nas
cidades de Londres e Manchester. Em 2018, com o prêmio da Loteria Britânica,
também foi implantada na Irlanda e País de Gales.
Idealizada
por Marcus Vinicius Faustini, a Agência não é um projeto social nem um curso de
capacitação profissional. Pretende ser a possibilidade de criação para os
jovens que vivem em comunidades populares do Rio de Janeiro. O estímulo para a
invenção de um novo lugar na cidade, onde estes jovens sejam potentes e não só
representados como carentes. Onde eles são reconhecidos como sujeitos
criadores, não só como objetos de ação social.
A
Agência de Redes Para Juventude é patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Lei Municipal de
Incentivo à Cultura - Lei do ISS, (Edital do Produtor Cultural - Nº 01/2019).
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Roberta Ferpin.
Fotos:
Divulgação.