A
psicóloga e psicossomatista Vanessa Jaccoud aponta que a relação entre doenças
físicas e emocionais é bastante comum, mas que a pandemia agravou esse quadro.
Uma pesquisa feita em maio, pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
mostrou o agravamento de quadros de saúde mental dos pacientes com a pandemia.
Mas por que ainda existe preconceito contra doenças que têm causas emocionais e
não físicas?
O
significado literal de preconceituar, preconceber é adotar opinião induzida por
preconceito ou sem o conhecimento adequado do assunto. Doença é doença, seja
ela emocional ou física.
'Creio que embora estejamos cada vez
mais compreendendo o ser humano de uma forma total e holística, ainda hoje
exista uma pequena parte de pessoas e cientistas que insistem em reduzir o ser
humano somente ao ambiente físico', diz a psicóloga Vanessa Jaccoud.
A
própria Psicossomática ilumina a ideia do ser humano composto por sistemas
distintos, porém integrados na grande composição do que somos, bem como do que
adotamos como padrão/crenças, seja na saúde quanto na doença. As pessoas
anseiam por razões simples que possam explicar as complexidades do humano.
É
real o processo de comunicação mente-corpo, existe um percurso natural que
elenca tudo o que é próprio do humano e nos sujeita a um funcionamento
psicofísico conjunto. Não somos somente corpo, nem tão pouco só uma mente,
somos a soma de tudo o que nos sustenta, de tudo o que nos envolve de forma
bio, psico, sócio, cultural e espiritual.
Somos
o todo e não somente as partes. A afetação mental, psicoemocional pode e deve
ser encarada como uma demanda de cuidados e não como estigma de loucura, como
alguns ainda pensam. Buscar tratamento com um profissional da saúde mental para
um mal estar psicológico, emocional ou até mesmo prevenir nossa dimensão
psicológica de danos futuros é beneficiar não somente um, mas todos os outros
sistemas que nos constituem enquanto humanos que somos.
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Paula Ramagem.
Fotos:
Divulgação.