Transgeneridade não é doença, é identidade de gênero.
A
psicóloga Vanessa Jaccoud criou a Associação TRANquilaMENTE, para atender
indivíduos transgêneros e suas famílias, com uma equipe formada por psicólogos,
psiquiatra, endocrinologista, fonoaudiólogo, cirurgião e todos os profissionais
necessários ao melhor atendimento de cada caso. Localizada no Recreio dos
Bandeirantes, RJ, terá valor popular e deve começar o atendimento em junho, ao
final das obras.
Depois
de se aprofundar sobre o assunto durante a pandemia, de vivenciar em pacientes
os desafios enfrentados, Vanessa decidiu mudar o foco do atendimento que
realizava no Terreirão e se dedicar aos transgêneros, cuidando de sua saúde
mental e física. Futuramente, espera agregar parceiros que possam promover a
manutenção da Associação, bem como capacitação, workshops e cursos.
De
acordo com a Dra. Vanessa Jaccoud, a condição de ser "trans" é muito
mais complexa, tanto na teoria quanto na prática. Além de outros impactos
ligados à questão da transgeneridade, existem problemas e estigmas mais
evidentes como a não aceitação na sociedade, dificuldades na hora de conseguir
um emprego, conquistar a redesignação sexual, mudança para o nome social, além
de tanta discriminação e preconceitos, os quais não faltam desde o início do
percurso de transição até a fase de maturação da transição em si. Existem ainda
outros obstáculos mais graves, que influenciam o fator psicológico. Tudo é
delicado e complexo nesta área do humano.
O
processo de percepção da própria transgeneridade se dá, através de alguns
indicadores no próprio desenvolvimento humano, tal como a incongruência de
gênero, que provoca intensa inquietude e incômodo ao indivíduo trans, por
entender que o seu corpo não reflete o que este realmente é. Esta falta de
identificação acaba ocasionando outros problemas, como ansiedade, angústia,
depressão, e até mesmo questões mais graves, como ideações e tentativas de suicídio,
pois, de forma perturbadora, pode transformar tanto os sentimentos da pessoa,
quanto ocasionar problemas familiares e profissionais.
Existe
muita confusão com relação às diferenças de orientação sexual e identidade de
gênero, mas a Dra. Vanessa Jaccoud explica: "a
orientação sexual faz com que uma pessoa busque relacionamentos afetivo-sexual
com pessoas do mesmo sexo (homo), sexo oposto (hétero) e ambos (bi), isso se
ela não for um indivíduo assexual (não tem interesse na atividade sexual) ou
pan (atração por pessoas, independente de seu sexo ou identidade de gênero). Já
na identidade de gênero a questão é o sentir-se, perceber-se e identificar-se
como mulher, homem ou ter uma identificação fluida entre os dois”.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou esse entendimento em seu guia que
serve de referência para estatísticas e diagnósticos médicos: ser transgênero -
em geral, ter uma identidade de gênero que não corresponde ao seu sexo atribuído
ao nascer - não é doença.
Transgêneros
são pessoas que não se identificam com seu sexo biológico designado ao nascer.
Pode ser um homem que se enxerga como mulher, uma mulher que entende como homem
ou ainda alguém que acredita não se encaixar perfeitamente em nenhuma destas
possibilidades. A nova definição da OMS acaba na prática com a noção que se
tinha a respeito de pessoas transgênero. É preciso sempre ter respeito e
informação.
Associação
TRANquilaMENTE 21 97353-2922.
Instagram:
@dravanessajaccoud
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Paula Ramagem.
Fotos:
Divulgação.