Série musical “Ficar em Casa é Show” é garantia de belas apresentações virtuais ao público da melhor idade

 

Destinada a pessoas com mais de 60 anos, shows começam nesta quarta (10), às 21 horas, e conta com a participação da atriz e cantora Soraya Ravenle, no ar na reprise de “Laços de Família”.

 

Uma série musical voltada para o público acima dos 60 anos de idade, mas que foge dos rótulos considerados comuns para esta faixa etária. Esse é o propósito da série musical “Ficar em Casa é Show”, que estreia nesta quarta-feira (10) às 21 horas. Elaborado pela diretora Renata Grecco, as apresentações virtuais recriam e renovam o repertório sobre gêneros clássicos do cancioneiro nacional com os dias atuais.



Percebendo um cansaço de parte do público em relação ao formato “live”, Renata Grecco quis estabelecer parâmetros artísticos e técnicos para a série que reaproximasse os artistas deste espectador. Produzida de forma precisa para o formato on-line, as apresentações serão exibidas no canal do YouTube, de cada participante. O projeto conta com a direção de fotografia de Michael Hocherman e o editor Ramique Mello, na equipe cinematográfica.

“A ideia é que o espectador sinta que está assistindo a um espetáculo criado especificamente para este formato e não adaptado a ele. Acho que conseguimos isso”, diz a diretora. 

Atualmente no ar com a reprise de “Laços de Família” no “Vale a Pena Ver de Novo”, da TV Globo, a atriz e cantora Soraya Ravenle é uma das participantes. Atuando no terceiro episódio da série, ela canta em um show que reverencia as cantoras do rádio, sendo acompanhada pelo pianista Itamar Assiere.



A eterna intérprete de Yvete, melhor amiga de Helena, vivenciada por Vera Fischer na trama, mostra no repertório canções como “Se queres saber” (Peter Pan), “Errei Sim” (Ataulfo Alves) e “Último Desejo” (Noel Rosa), que se unem a “Galope” (Gonzaguinha) e “Universo no Teu Corpo” (Taiguara) em arranjos criados pela dupla de artistas a distância, respeitando o isolamento social. O show vai ao ar na sexta (12), às 21 horas.

Já o show de abertura, programado para acontecer na quarta (10), também às 21 horas, o duo formado por Lívia Nestróvski e Fred Ferreira se debruça sobre o universo das serestas. No dia seguinte, quinta (11), também no mesmo horário, o cantor, violoncelista e violonista Lui Coimbra, também diretor musical da série, apresenta em “Saudade Sertaneja”, uma visão particular do repertório que se convencionou chamar de caipira em um show solo que resgata e recria clássicos do gênero.

No quarto concerto, marcado para sábado (13), “Ô Abre Alas” é levado ao ar por Mariana Baltar (voz) e Josimar Carneiro (violão de sete cordas), que fazem do repertório de marchinhas carnavalescas um retrato colorido e sensível deste nosso povo fadado à alegria.



Para encerrar a série, o Duo Vieira, formado por Rebeca Vieira e Ricardo Vieira, presenteia o público com o show “Pérolas para Jobim”, no qual apresenta as músicas do maestro Tom Jobim que prenunciaram a Bossa Nova. O repertório consiste num recorte temporal entre 1947 e 1958 (Pré-Bossa), com canções do maestro e parcerias. Cada "pérola" recebeu arranjos originais para voz e violão de sete cordas, inspirados nas particularidades das canções e sua singular linguagem.

Produzida por Flavio Loureiro, através da Lei Aldir Blanc e premiado no Edital Retomada Cultural da Secretaria de Estado do Rio de Janeiro, o projeto atendeu inúmeros cuidados de biossegurança como testagem de toda a equipe técnica e artística por exames de RT-PCr antes de cada gravação, uso de máscaras N95 por toda a equipe (exceto pelos artistas na hora das gravações), esterilização de mãos e equipamentos e uso de propé.

O local das gravações escolhido pela diretora Renata Grecco, a Casa da Glória, também observou estes cuidados por se tratar de um casarão histórico com enormes janelões que permaneciam abertos até a hora de gravar. O que se mostrou também uma feliz coincidência com o nome da série “Ficar em Casa é Show”.



Os artistas escolhidos são casais que já passavam o isolamento juntos, o que permitiu que ensaiassem sem estarem expostos a riscos. A exceção foi a dupla Itamar e Soraya que ensaiou, remotamente.

 

Texto: Sheila Gomes.

Fotos: Juliana Rocha & Silvana Marques.