Os
primeiros dias de março chegaram com uma polêmica nas redes sociais que
movimentou leitores e escritores de literatura hot. Ler ou não ler esse tipo de
literatura? O que ela representa? Quem a escreve? Quais os perfis dos leitores?
A
verdade é que a procura pelo gênero tem crescido nos últimos anos e é cada dia
maior a quantidade de autores que assinam obras que têm por tema ou por plano
de fundo o bom e velho sexo. A fórmula
batida, porém, muito bem aceita, da mulher simples que conhece cara rico, tem
dado lugar a obras mais ousadas onde a mulher se destaca com todo seu
empoderamento sexual.
“Nada é estático, muito menos as
histórias que nascem aos borbotões atualmente. E é claro que assim o é com a
escrita hot. Muitas de nós tem destacado a mulher independente e livre,
levantando questões sociais importantes, como a diferenciação social entre
homens e mulheres”.
Explica a jornalista Roberta de Souza, autora do conto Ella.
Para
mostrar que autores e leitores hot são muitos e crescem consideravelmente, foi
criado o movimento #euleiohot, onde autoras de ebooks nacionais, sejam de
contos ou romances, deixarão suas obras gratuitas nos dias 7 e 8 de março, em
homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
“A ideia do grupo surgiu da necessidade
que sentimos em fazer as pessoas entenderem que não precisamos ser idênticos,
com os mesmos gostos e desejos, mas DEVEMOS respeitar o espaço do outro. Então
fiz uma postagem nas mídias sociais sugerindo que as autoras de hot se unissem
em uma ação em que disponibilizaríamos e-books gratuitos no dia 08 de março. As
meninas toparam e foram convidando as outras, e rapidamente chegamos aqui”. Explica Erika
Gomes, autora do livro Amélia.
Formado
por mais de 30 títulos, o grupo apresenta perfis múltiplos com autoras de
idades, localidades e orientação sexual diversas. Além de apresentar histórias
que contém sexo, o movimento destaca que as histórias vão além do hot, os
romances apresentam histórias complexas de relações conflituosas, carências,
amores e todo o universo de sentimentos que fazem parte da vida de todos os
seres humanos reais.
“Acredito que depois do livro 50 Tons de
Cinza, o hot ficou mais escancarado, já se lia muito, nos tempos dos romances
de banca, como o Sabrina, mas era uma coisa reservada. Após as portas serem
abertas, as mulheres principalmente, começaram a perder o medo e vergonha de
lerem hot, de gostarem de ler e de se identificarem. Arrisco até a dizer que em
termos de relacionamento afetivo, também houve uma libertação. A famosa
libertação na cama”.
Finaliza Dani Moreno, autora do e-book O Beijo.
Confira
os livros que estarão gratuitos nos dias 7 e 8 de março em suas versões Ebook
Kindle: https://linktr.ee/euleiohot
Texto:
Roberta Pereira.
Fotos:
Divulgação.