SENHORAS DO CALENDÁRIO 2021 NUMA PARCERIA CHEIA DE
GLAMOUR COM GRUPO ARCO-ÍRIS.
A ideia de Eduardo Araúju é oferecer 1.000
calendários para ajudar o grupo a arrecadar fundos para suas ações.
Se
as drag queens sempre homenagearam as mulheres, chegou a vez de as mulheres
retribuírem o carinho. A versão 2021 das Senhoras do Calendário chega à 15ª
edição com uma bela reverência ao universo drag. Idealizador do projeto, o
produtor Eduardo Araúju inovou na pandemia e vem fazendo lives para o Teatro
Rival Refit, entrevistando grandes nomes do segmento LGBTQI+. Além de
gratificante, a experiência tem sido inspiradora para ele. Foi desses
divertidos encontros que ele tirou o tema do calendário do ano que vem.
Enquanto
Midas tinha o poder de transformar em ouro o que tocava, Eduardo Araúju sempre
usou seu poder transformador para levantar a autoestima de mulheres de todas as
idades e manequins, mulheres trans, mulheres que sempre foram discriminadas na
mídia, no mercado de trabalho, na própria família. O Senhoras do Calendário é
um dos projetos desse maravilhoso produtor que trabalha em prol da inclusão e
da diversidade. E ele também participa do calendário. Depois de trabalhar
durante décadas com Elza Soares, ele resolveu homenagear a diva, rainha dos
gays, se travestindo de Elza. O resultado ficou incrível!
“Resolvi homenagear a Elza, fazendo
retratação dela, com propriedade e licença poética. Afinal de contas, fui
maquiador dela durante muitos anos, sou muito grato a tudo o que vivi e aprendi
com ela, e tenho profunda admiração pela artista e pela pessoa”, derrama-se
Eduardo Araúju.
A
proposta do Senhoras do Calendário 2021 não era homenagear famosas drag queens,
e sim reverenciar todas elas. Mas houve exceções. Entre as modelos da terceira
idade que fotografaram para o calendário, Lucia Fernandes se montou totalmente
inspirada em Isabelita dos Patins, para fazer uma homenagem à famosa
transformista que está comemorando 50 anos de carreira artística. A outra
homenagem – feita pela modelo Veralu Correa – foi para Samara Rios, artista
muito importante na vida de Eduardo Araúju. O calendário também homenageou a
modelo Dayse Brasil, que venceu a Covid-19 depois de duas internações, mas
perdeu o marido para a doença e teve de superar o luto para fazer as fotos para
a capa. Além dessas três modelos, o calendário contou com a participação de
Selma Albuquerque, Graciara Casimiro, Mara Garcia, Lucy Reginold, Sonia Sabina,
Gracinda Senna, Ana Lelis, Lourdes Andrade, Isolda Amazonas e Helena Fernandes.
Engajado,
Eduardo Araúju também está fazendo parceria com o Grupo Arco-Íris de Cidadania
LGBT, organização não governamental fundada em 1993, voltada para lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais, homens trans e pessoas
intersexo, com o enfoque na cidadania, promoção dos direitos humanos e de uma
cultura de paz, combate à violência, justiça social, prevenção e atenção em
IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, entre outras questões que busquem a melhoria
da qualidade de vida dessa população. Araúju é amigo de longa data do
presidente do Arco-Íris, Almir França, que coordena a Programação Visual da
Parada do Orgulho LGBT de Caxias e a de Copacabana. A ideia de Araúju é
oferecer 1.000 calendários para ajudar o grupo a arrecadar fundos para suas ações.
“Que esse belo trabalho traga boas
energias para que 2021 seja melhor e que a gente possa colher a alegria da arte
drag”,
empolga-se Eduardo Araúju.
Alegria
e engajamento. Dois bons motivos para aplaudir as Senhoras do Calendário.
Texto:
Sheila Gomes.
Fotos:
Divulgação.