Escritor e jornalista apresenta contos, crônicas e
prosas poéticas nascidos das oficinas literárias.
Um
estrangeiro misterioso insiste em não revelar sua identidade ao narrador que se
interessa por ele. Um jovem do Nordeste realiza o sonho de fazer sua transição
de gênero, na Paris dos anos 90. Uma travesti consagrada beija o narrador,
durante um show. Dois amigos gays desentendem-se, gravemente, por causa de uma
paquera. Um viúvo se isola, numa serra gelada. Uma mulher chora sem parar, em
um restaurante. Um jovem vê o pai falecido, dentro do caixão. Uma gata loura
conta sua história. Um estudante brasileiro, na Inglaterra, obcecado por uma
espuma esquecida, no rosto de um passageiro de ônibus. Um morador, de São Paulo,
ouve gritos, no seu apartamento, todas as quintas-feiras.
Com
o prefácio de Rodrigo Petronio, essas são algumas das histórias de O agente
croata que me amou e outras histórias, primeiro livro de Marcos Milone, que
reúne quinze contos, crônicas e prosas poéticas, escritos a partir de 2018.
Quase todos são frutos das oficinas literárias que participou, ao longo desse
tempo. Alguns textos surgiram de exercícios propostos pelos professores. Outros
tantos foram inspirados por músicas, cenas, sentimentos, imagens, cores, e até
notícias, que ganharam relevância, na imaginação do autor.
Segundo
Rodrigo Petronio, Marcos Milone oscila entre o conto, a crônica, o testemunho e
o memorialismo. “Talvez derivada de sua origem
como jornalista, ao longo de O agente croata que me amou e outras histórias o
leitor consegue precisar muito bem os eventos, informações, ambientes e mesmo
datas. Por isso, os contos se referem sempre a coisas e personagens fictícios,
mas possuem sempre um certo calor de experiências vividas. E essa mistura entre
a efetividade dos fatos e a dimensão, puramente, ficcional se apresenta desde o
conto que intitula o volume”.
O
conteúdo não é pautado apenas pelo tema LGBTQIA+. Dos 15 contos, 4 são sobre essa
temática específica, 3 passeiam por ela, já o restante traz ficções diversas,
seja com crônicas de viagens ou de memórias, com pitadas de humor e prosa
poética. Segundo Marcos Milone, "abri
o livro com os contos LGBTQIA+ porque gostaria de marcar uma posição, por menor
que seja, nesse momento crítico em que o país vem passando há alguns anos".
Texto:
Paula Ramagem.
Fotos:
Divulgação.