Próximo desfile do Reizinho de Madureira vai levar
para a Sapucaí possibilidades plásticas que garantem beleza e caminhos viáveis
de reprodução.
O Carnavalesco
do Império Serrano, Leandro Vieira, resolveu antecipar mais um detalhe de seu
projeto criativo de fantasias, onde utiliza materiais alternativos para o
próximo Carnaval. O premiado carnavalesco, bicampeão do Grupo Especial, do Rio
de Janeiro, divulgou, recentemente, algumas das fantasias criadas para o
Reizinho de Madureira, que mesmo diante da pandemia, vem trabalhando visando os
desfiles do ano que vem.
Há
alguns anos, Leandro se desdobra na produção de visual para seus desfiles
buscando alternativas plásticas que garantam beleza e possibilidades viáveis de
reprodução. Segundo o Carnavalesco do Império Serrano, em regra, seus projetos
para o carnaval trabalham com orçamentos limitados e isso de forma inevitável,
marca sua produção como artista.
- Meu processo de pesquisa visual
envolve o aprofundamento de recursos plásticos que me garantam beleza
competitiva. Desde a Caprichosos de Pilares, passando pela Mangueira e pela
Imperatriz, uma das marcas do meu trabalho tem sido esse aprofundamento no que
diz respeito ao uso da pena artificial utilizando-a como recurso plástico e
busca de assinatura. Aprofundar o uso desse artigo é uma busca de
aperfeiçoamento tanto do material, quanto da forma de utilizar - destaca o
carnavalesco.
Diante
do desafio de produzir um visual para a sua estreia no Império Serrano, Leandro
Vieira diz ter pensado uma escola que em alguns momentos pudesse se apresentar
com uma "pinta clássica" que tivesse diálogo com o imperiano que
gosta de ver a escola com aquele visual "classudo" de escolas
tradicionais. O artista debruçou-se, então, nos estudos para a utilização de um
antigo desejo: a utilização do que chama de 'pluma fake'.
O
artigo, recorrente na estética carnavalesca, é comumente associado ao luxo de
escolas abastadas e, raramente, visto em escolas que não desfrutam de uma
condição financeira estruturada e sua utilização marca o visual do que é
considerado a estética carnavalesca mais tradicional no imaginário coletivo.
- A produção e o uso da 'pluma fake' é
um desejo antigo que me levou há muitas tentativas sem sucesso em anos
anteriores. No Império Serrano, a parceria de desenvolvimento com o que o
fornecedor batizou de 'ecopluma' me agradou e eu resolvi usá-la de forma
definitiva. De longe é a velha e luxuosa pluma importada. De perto, um tecido
picotado que fica enrijecido ao ser aplicado numa fina estrutura que pode ser
moldada com as mãos -
explica Leandro.
Questionado
sobre o motivo que o levou a fazer o uso do artigo no Império, o carnavalesco
exalta a escola.
- O Império é uma escola de vanguarda.
Em muitos aspectos 'saiu na frente' lançando inovações que se tornaram
tendência no carnaval. Pensar o Império é crer que o Império pode, e deve
contribuir com alternativas para a festa, sobretudo, em tempos de dificuldades.
Uma escola como o Império Serrano, seja lá em que grupo estiver, sempre deve se
comportar como 'um farol' para as possibilidades de se pensar como fazer
carnaval -
finaliza Leandro Vieira.
Texto:
Helder Martins.
Fotos:
Divulgação.