A
voz é a matéria prima com a qual transmitimos pensamentos e sentimentos. Por meio
da voz cada pessoa constrói quem é, assim como, grande parte da vida na
sociedade a que pertence. A voz é capaz de alcançar distâncias espaciais e
temporais que o corpo não tem como chegar. A voz de uma pessoa reflete sua
personalidade, seus pensamentos, emoções e sentimentos.
“Na área profissional, a voz expressa
tudo o que na pessoa está envolvida com o trabalho que realiza: prazer ou
desprazer, domínio ou insegurança em relação às tarefas e à própria escolha
profissional, assertividade ou contestação, equilíbrio ou desequilíbrio
emocional, senso de humor, flexibilidade ou rigidez cognitiva e emocional”, explica a fonoaudióloga
Cristiane Magacho.
Nesta
área, o fonoaudiólogo atua na avaliação, no diagnóstico e na reabilitação de
problemas vocais, bem como com o aperfeiçoamento estético da comunicação e
expressividade da voz, o canto, por exemplo. Também atua com a prevenção de
patologias vocais, na perícia vocal, na assessoria, consultoria e
condicionamento vocal.
Embora,
seja objeto tradicional de estudos na Fonoaudiologia, a modalidade de voz
cantada foi, por muitos anos, pesquisada com prioridade para a voz no canto
lírico, bem como as escolas de música e canto que, historicamente, dedicaram
suas atuações à música erudita. Apesar de o canto popular ser uma atividade
profissional reconhecida no Brasil, e a demanda desses cantores que buscam
aperfeiçoamento vocal ou tratamento para alterações já instaladas ser
crescente, o investimento em pesquisas controladas com cantores populares ainda
não é suficiente.
O
interesse da Dra. Cristiane Magacho era estudar a voz de cantores líricos e de
músicos populares, associado aos resultados dermatoglíficos desses
profissionais. "E isso poderia auxiliar
na prescrição dos exercícios ou no diagnóstico de alguma síndrome genética.
Além de conhecer as potencialidades, o fonoaudiólogo pode aprimorar o que não
está potencializado", explica Cristiane Magacho.
A dermatoglifia
é o estudo científico das impressões digitais, pelo qual é possível analisar o
potencial genético do indivíduo (velocidade, força, resistência e coordenação).
A profissional, precursora mundial do estudo da dermatoglifia desde 2013,
quando ingressou no programa de Doutorado em Linguística da PUC-SP, é
especialista em Voz pela CFFA e mestre em Ciência da Motricidade Humana pela
Universidade Castelo Branco.
"Além de conhecer as
potencialidades, a aplicação da dermatoglifia na fonoaudiologia pode auxiliar
na prescrição de técnicas e abordagens fonoaudiológicas de forma precisa, bem
como a utilização de condicionamento muscular personalizado, treinamento e um
melhor rendimento vocal ao profissional da voz em sua performance, redução do
esforço, da fadiga vocal e sobrecarga muscular e a prevenção de lesões", finaliza a
Cristiane Magacho.
Atualmente,
a voz tem sido uma das ferramentas de trabalho mais utilizadas durante a
pandemia, com lives, reuniões em home office, pregações, cursos online e aulas.
A voz é um dos principais personagens do novo normal.
Instagram:
instagram.com/dracristianemagacho
Texto:
Paula Ramagem.
Foto:
Divulgação.