Psicólogas
vão às ruas do Rio em prol do setembro amarelo.
As
profissionais da saúde iniciaram a ação pela zona norte e, neste sábado,
estarão em Caxias.
A
pandemia, devido ao Covid-19, pede o recolhimento da população, contudo, a
drástica mudança imposta pelo novo coronavírus afetou a saúde mental de muitas
pessoas. A população, que já enfrentava problemas de ansiedade e depressão,
teve que se reinventar e se readaptar com o novo normal. A psicóloga Jéssica
Parmanhani explica o motivo de ir ás ruas para conversar com as pessoas.
A
campanha mundial “setembro amarelo”, vem para conscientizar a população e
falar sobre suicídio, afim de preveni-lo, ou seja, consiste em um olhar para a
vida com esperança.
Reunimo-nos
de forma voluntária como apoiadoras dessa campanha, pois compreendemos a
importância de levar conscientização e informação para todas as pessoas,
possibilitando prevenir novos casos de suicídio por meio da educação, oferecendo
uma conversa aberta sobre esse tema.
Buscar
alternativas para acessar as pessoas em maior amplitude, além dos espaços do
consultório sempre foi algo que me movimentou, e durante a pandemia essa ação
criou uma forma diferenciada. Através do apoio imprescindível da psicóloga
Marta Silva, coordenamos e construímos uma equipe que inclui diversas
psicólogas, nutricionista e pedagoga, as quais, prontamente, abraçaram a causa
e tornaram isso possível, juntas formamos várias equipes para estarmos indo a
alguns bairros, tais como Irajá, Jardim América e agora, em Caxias.
Um
trabalho em equipe que almeja através da campanha setembro amarelo, estando em
praças e caminhando pelas ruas, distribuindo laços da campanha, máscaras,
álcool em gel, panfletos entre outros objetos e disponibilizando nosso ouvir
atento e empático, uma breve troca de atenção e acolhimento, mostrar para essas
pessoas que elas não estão sozinhas, que são compreendidas e podem procurar
ajuda psiquiátrica, psicológica entre outra.
A
profissional da saúde ainda reafirma a importância do assunto ser amplamente
discutido, visto que, é ainda considerado um tabu por muitas pessoas.
"Infelizmente o assunto é
considerado um tabu, nesse sentido, precisa-se construir um discurso social
ativo a respeito do suicídio, para que se possa auxiliar as pessoas com
palavras e ações mais concretas e eficazes, e isso tem nos mobilizado a irmos
às ruas respeitando todas as normas de segurança descritas pela OMS, tais como
o uso de máscara e o distanciamento social, mas ainda assim prezando pela
promoção da saúde e prevenção ao suicídio",
diz Jéssica.
A
especialista em Gestalt Terapia orienta que a sociedade fique em alerta para
determinados comportamentos a pessoas próximas e as incentivem a buscar uma
ajuda profissional.
Um
indivíduo em sofrimento pode dar alguns sinais de alerta, que nem sempre são
óbvios e podem variar. Porém, quando identificados, deve-se procurar ou incentivar
o atendimento médico e psicoterápico, além de acolher e ouvir a mesma sem
julgamentos.
Os sinais de alerta são:
* Expressões de ideias
ou de intenções suicidas;
* Ausência ou abandono
de planos futuros, desesperança;
* Isolar-se do contato
social;
* Apresentar mudanças
de humor;
* Sentir-se preso ou sem
esperança sobre uma situação;
* Demonstrar alterações
de “personalidade”;
* Aumento ou mudança do
padrão do uso de álcool ou drogas;
* Mudança importante da
rotina;
* Fazer coisas
arriscadas ou autodestrutivas;
* Dizer adeus às
pessoas como se não fosse vê-las novamente.
“Não existe uma 'receita' ou um
'passo a passo' que detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma
crise suicida, somos singulares e por essa razão é fundamental estarmos abertos
para ouvir e acolher quem está próximo de nós”,
diz Jéssica.
Texto:
Elaine Cruz.
Fotos:
Divulgação.