Com “pés de valsa” bailarino brasileiro dá show de samba na Europa
Anderson Dionísio das Neves, ou simplesmente Dido, é carioca nato, nascido há 46 anos no agitado subúrbio, no bairro de Madureira, terra do samba, de Império Serrano e Portela. Sua família morava na Estrada do Portela, mas sua criação foi toda desenvolvida na Estrada Intendente Magalhães, que nos dias atuais, é palco para os desfiles de muitas agremiações carnavalescas. Ironia do destino? Não sabemos. Até pelo fato de Anderson se apaixonar pela Mangueira. “Meus amigos me convidaram para ir ao samba da Mangueira, em 1986”.
O seu amor pela dança começou através de uma namorada de infância. Ana Beatriz Genuncio foi musa e rainha da bateria da Vila Isabel. Ela era filha de sambistas e foi bailarina. Será que foi ela a inspiração para que Anderson fosse arrebatado pela arte da dança? “Eu esperava ela terminar as aulas dela e ficava observando os passos. Eu tinha uma boa memória”, conta Anderson.
Ao perceber a paixão do filho pela dança, sua mãe o indica a ir ao teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes. A instituição estava dando bolsa de estudo para dança moderna, teatro, ballet e jazz. Lá, Anderson deu seus primeiros passos rumo ao sucesso na arte da dança. Começou quando tinha 13 para 14 anos de idade. Pelo seu talento e disciplina, sua primeira professora de ballet indicou-o para a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa que ficava na Lapa. “Fiz prova pra lá, passei, estudei por oito anos e fiz prova para o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e passei” – conta Anderson.
Com sua entrada para o Teatro Municipal, Anderson começou a desenvolver uma consciência de que deveria se aprimorar mais e adquirir uma formação acadêmica. Prestou vestibular e passou para o bacharelado em dança na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Depois, fez licenciatura em dança pela Faculdade da Cidade. Assim, as oportunidades de trabalho foram chegando. Fez cursos de dança na Suíça e Itália. Se apresentou no Festival de Coburg, na Alemanha, é considerado como o maior festival de samba da Europa. Fez shows na Polônia e França – onde passa boa parte do ano estudando, reciclando-se e trabalhando.
Com todo este arcabouço profissional, desenvolveu um projeto de dança que batizou de “SamballetBrasil/International”. A ideia deste projeto surgiu há alguns anos, e consiste na fusão do ballet com a arte do samba. Além, uma forma de se trabalhar a expressão corporal do bailarino, do sambista e até do casal de mestre sala e porta bandeira. Haja visto, que este segmento, a cada Carnaval, tem uma análise criteriosa por parte dos julgadores que ficam mais exigentes. A proposta do “Samballet” é o ensino do samba tradicional carioca possibilitando uma metodologia para qualquer pessoa do mundo ter a oportunidade de aprender samba.
O projeto surgiu quando Anderson começou a experimentar e a executar passos de ballet dentro do samba. Observando alguns dos seus ídolos – passistas masculinos como: Celynho Show, Fábio da Mangueira, Valci Pelé e Machine. Observou também o bailado dos mestres sala. Com isso, Anderson foi percebendo a relação destas danças, bailados e cortejos com o “pas de bourê” do ballet clássico. As reverências similares da corte do rei Luís XIV - o criador da primeira escola de dança clássica – a Escola National da Ópera Garnier de Paris. Os movimentos dos bailados dos mestres sala, os giros, os saltos dos cabrioles dos passistas tem muita influência desta escola de dança. A partir daí, “eu fiz um contraponto e pude observar que da para agregar movimentos” – conta Anderson.
No momento, Anderson está no Brasil, para estudar na UFRJ, se preparar para o Carnaval 2019 – junto à sua amada Estação Primeira e compõem o núcleo de professores da escola do mestre Manoel Dionísio.
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Brasileiro dá show de samba na Europa
RJ | Brasil
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Fotos: Divulgação e Leonardo Eiras
Texto: Clinton Paz
Postagem: Clinton Paz
Revisão: Equipe DZT News
Atualização: Equipe DZT News 23/10/2018
Clinton Paz
Jornalista e Assessor de Imprensa.
DRT: 36598/RJ.
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